Mato Grosso do Sul foi um dos estados brasileiros a receber, neste sábado (4), doses de etanol farmacêutico — substância utilizada como antídoto em casos de intoxicação por metanol. O envio foi realizado pelo Ministério da Saúde, que distribuiu o medicamento às unidades federativas que solicitaram reforço de estoque.
Atualmente, o estado investiga cinco casos suspeitos de intoxicação por metanol: três em Campo Grande, um em Rio Brilhante e um em Ladário.
Na primeira remessa, o Ministério da Saúde distribuiu 580 ampolas do antídoto a cinco estados. Mato Grosso do Sul recebeu 60 unidades; Bahia e Distrito Federal, 90 cada; Paraná, 100; e Pernambuco, 240. As entregas ocorrem em articulação com as secretarias estaduais de Saúde.
Também neste sábado (4), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a compra de mais 12 mil unidades de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol — outro medicamento usado no tratamento de intoxicações por metanol. Segundo o ministro, o ministério atua em tempo real junto aos estados, garantindo o envio dos antídotos e o suporte técnico necessário ao atendimento dos pacientes.
Situação no país
De acordo com boletim atualizado até as 16h deste sábado (4), o Ministério da Saúde recebeu 195 notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebidas alcoólicas. Destas, 14 foram confirmadas e 181 permanecem em investigação. O estado de São Paulo concentra a maioria dos registros, com 162 notificações (14 confirmadas e 148 sob análise).
Até o momento, o país registra 13 mortes associadas à suspeita de intoxicação: uma confirmada em São Paulo e 12 em investigação (sete em SP, três em Pernambuco, uma na Bahia e uma em Mato Grosso do Sul).
Além de São Paulo e Mato Grosso do Sul, há casos suspeitos em Pernambuco (11), Paraná (3), Bahia (2), Goiás (2), Rio Grande do Sul (2), Distrito Federal (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Mato Grosso (1), Rondônia (1), Piauí (1), Rio de Janeiro (1) e Paraíba (1).
Para reforçar o diagnóstico, a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária (RNLVISA) mobilizou três unidades com estrutura para análises imediatas: o Lacen-DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
A Anvisa também mapeou 604 farmácias de manipulação aptas a produzir etanol farmacêutico, garantindo cobertura em todas as capitais. Em relação ao fomepizol, sete fornecedoras internacionais foram identificadas com capacidade de produção.